31 dezembro 2006

365

Nas nossas mãos abertas
como para o ofertório,
eis os nossos 365 dias e 365 noites!

365 e mais ainda
de decisões e rupturas,
de sofrimentos e alegrias,
de sorrisos e consolações.
Recebe tudo, Senhor!

365.
Amigos que partiram para o outro lado
e nós, deixados sós,
com os rastos da sua ausência
e o nosso amor em luto.
Recebe-os, Senhor!

365.
Tentámos viver
com bondade, em primeiro lugar,
mas se a maldade, por vezes, ganhou:
Perdão, Senhor!

365,
para nos tornarmos num homem,
para nos tornarmos numa mulher
em que se lêem os traços
do teu belo rosto!

365: obrigado por este tempo dado!
Que 365 dias venham ainda
e outras tantas noites,
oh sim, Senhor, para a vida!

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25 dezembro 2006

NATAL (III)

Se Natal,
mais do que oferecer presentes caros,
é dar um pouco mais de felicidade;
Se Natal,
mais do que enfeitar as nossas árvores e casas,
é embelezar o rosto com um sorriso;
Se Natal,
mais do que as lindas SMS ou mensagens em cartões,
é desejar o bem das pessoas;
Se Natal,
mais do que cantar belas quadras rimadas,
é partilhar as alegrias e as tristezas;
então posso dizer e acreditar:
Jesus volta a nascer junto de nós.

O VOC ACÇÃO deseja-te um santo e feliz Natal.

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24 dezembro 2006

NATAL (II)

O PRESENTE DE DEUS

Eis a noite do Presente!
Deus não olha a despesas quando dá.
A sua natureza não está em medir e calcular.
A sua natureza é amar.
E, quando se ama, apenas uma coisa conta: tudo oferecer, tudo distribuir, tudo partilhar para fazer nascer nas pessoas amadas uma felicidade que permanece para além do tempo.

Eis a noite do Presente!
Deus não oferece nem ouro nem prata, nem bilhete gratuito de entrada no Reino!
É preciso desconfiar da acumulação de presentes demasiado brilhantes: revelam a incapacidade de dar algo mais do que objectos.
O presente é verdadeiro quando manifesta o desejo de se dar por amor.
Quando alguém ama, dá-se a si próprio.

Deus oferece-se ele próprio, com a sua eternidade e a sua divindade, com a sua Palavra e a sua vida.
Deus mete-se inteiramente no seu Presente!

O Menino do presépio é o Presente de Deus: o dom total e absoluto do seu amor!

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NATAL


Se procuras o Natal dos Pobres
Na cidade dos ricos,
Despe-te de ambições
E de toda a veste pesada
Que te oprime e impede de seres livre.

Se procuras o Natal dos Peregrinos
Neste mundo de instalados,
Acende uma estrela
Que te guie na noite da fé,
Pois há natais proibidos na estrada
E informadores de falsos messias.

Se procuras o Natal dos Poetas
Nesta cultura de ciências quadradas,
Deita por terra os fantasmas
Que habitam os teus castelos
E não deixam passar o sol.

Se procuras o Natal dos Simples
Nesta sociedade complicada,
Descalça os preconceitos
E mistura-te com as crianças
Para entrar com elas
No Natal de Jesus Cristo.
Rito Dias

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14 dezembro 2006

ADVENTO (III)

PREPARAR-SE...Preparar-se é acolher em nós tudo o que pode suceder na nossa vida e aceitá-lo não como uma fatalidade, mas tentando descobrir-lhe o sentido.


Preparar-se é também deixar-se interpelar pelos apelos que nos vêm dos outros, convdando-nos a mudar de mentalidade e a repensar o nosso jeito de viver.


Preparar-se é fazer silêncio em nós para aprender a discernir, isto é, a deixar o inútil, o supérfluo e a dar um lugar maior ao que é verdadeiramente essencial.


Preparar-se é ter o coração desperto à espreita de tudo o que nos pode converter em profundidade, para além das emoções e dos frémitos, esses precisamente que se vivem ou se dizem superficialmente sem nada em nós mudar em profundidade...


Preparar-se é arriscar em Deus com tudo o que significa de surpresa, de novidade, de mudança de vida, o Deus revelado por Jesus Cristo.

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08 dezembro 2006

A VOCAÇÃO DE MARIA

UMA MULHER
Maria, um nome de mulher, um nome de mãe,
porque um dia, uma jovem da Palestina
se abriu ao acolhimento do desejo de Deus,
sem cálculos, sem discussões,
numa fé animada por um amor sem condições.
Maria, tu dizes em ti o que trago em mim de melhor.

Maria, uma mulher como todas as mulheres do mundo,
banhada em lágrimas, suor e sangue.
No teu corpo, virgem de toda a malícia,
Deus veio aninhar-se para escrever
com letras de carne a promessa tão esperada.
Maria, tu vives em ti o que eu vivo em mim de melhor.

Maria, mãe de sofrimento e também de dor,
mãe das rupturas e das separações,
mãe de coração ferido, de pé junto à cruz,
aquela que traz, como árvore, o fruto maduro de Deus,
o fruto das tuas entranhas.
Maria, ensina-me a nascer à vida.

Mulher entre todas as mulheres,
desperta em mim a esperança que dorme.

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06 dezembro 2006

ADVENTO (II)

O TEMPO DOS PRESENTES


Os presentes nada devem ter a ver com o comércio ou as boas relações a manter ou o pagamento de serviços. Com os presentes, precisamente, sai-se da comercialização onde tudo está regulamentado segundo a lei do “dou para que dês”.
Os presentes não pedem nada em troca. São gestos gratuitos de amor. São oferecidos unicamente por amor. Contêm o amor para todas as oferendas.
Com os presentes começamos a doar-nos a nós mesmos, fragmento após fragmento, porque é difícil entregar-se de uma só vez, inteiramente.
Se regularmente se oferecem presentes não é senão para dizer: “Repara! Este presente é uma parte de mim mesmo. De momento estou ainda centrado em mim mesmo e o egoísmo ainda me domina. Trata-se de uma longa aprendizagem. Mas virá o dia em que me doarei a ti finalmente sem reservas. Este presente que te ofereço é o anúncio!”
Com os presentes oferecidos em verdade, cresce-se no amor e no dom.
No Natal, Deus oferece-se inteiramente, fica ao nosso alcance, homem como nós. O Menino do presépio traz todo o amor de Deus. Em Jesus Cristo, Deus oferece-se em Presente para a vida e a alegria da humanidade.
O Advento é o tempo de nos maravilharmos ante o presente de Deus. É também o tempo em que o Menino do Natal nos interpela à difícil aprendizagem quotidiana pela qual nos tornamos lentamente, em Dom e Presente para os outros.

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02 dezembro 2006

ADVENTO

Digo Advento
e os teus profetas falam-me de rios no deserto,
rebentos brotando em troncos carcomidos,
lobos e cordeiros brincando juntos,
desterrados regressando à pátria, coxos saltando de alegria,
cegos vendo, grávidas sonhando um filho teu ungido.

Digo Advento
e recordo um povo de Patriarcas, Juízes, Reis, Sábios, Sacerdotes, santos e pecadores caminhando por entre víboras e chicotes, alternando Terra Prometida com exílios,
a fidelidade a Yavhé com o culto aos baals,
a solidariedade social com a exploração de órfãos e viúvas.

Digo Advento
e ouço o clamor dos hebreus no Egipto, a elegia dos israelitas na Babilónia,
a súplica do resto de Sião, as expectativas dos crentes de Tessalónica,
o desespero dos condenados de Awchvitz e Dachau,
o grito mudo dos famintos e moribundos em África e na Índia
e a tua garantia ao vidente de Patmos: “Sim, eu venho em breve”.

Digo Advento
e junto-me à prece do salmista:
“Que as nuvens chovam o Justo e da terra germine o Salvador”,
ecoa em mim o testemunho do profeta: “Deus é fiel”
e repito a invocação do teu apóstolo: “Vem, Senhor Jesus!”

Digo Advento
e no coração cresce a torrente de vinte séculos e milhões de vozes
em registos de todos os povos, raças, tribos e nações:
“Maranatha: Vem, Senhor nosso!”
“Maranatha: O nosso Senhor veio e vem!”

Digo Advento
e sinto que Tu já estavas nesta caminhada irresistível mas insegura,
neste grito claro mas indefinido, nesta certeza arraigada mas exposta.
E eras Tu que vinhas de longe ao encontro daquele Deus connosco
sabido porque esperado, esperado porque prometido.

Digo Advento
e sinto que Tu estás e vais e vens connosco.

E é Natal!

Sim, Tu és fiel, Tu és santo,
Senhor Yavhé, Emanuel Jesus, o Deus connosco até ao fim!
Glória a Ti!

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