A VIDA, UMA VOCAÇÃO
Toda a vocação é, na sua origem, um chamamento (do latim vocare – chamar). Ora, o primeiro chamamento de que somos alvo é a vida. A existência não é uma escolha nossa. É um convite, ao mesmo tempo, um desafio. Somos “convocados” por iniciativa de Deus e por colaboração de nossos pais que nos desejaram e aceitaram a nossa “vinda”. Não existe felicidade se, antes, não existir vida. Sem esta, nada é possível, desejável, realizável. VIDA É VOCAÇÃO.
Num segundo tempo, a existência é uma contínua resposta ao chamamento inicial. Se fomos chamados, é para algo. Mas, o quê? Temos esta vida para descobrir, por vezes, através de situações difíceis e exigentes.
Assim, torna-se importante reflectir se temos o direito de impedir, melhor dizendo, interromper uma vida que foi chamada, independentemente do desejo (ou falta dele) que nela depositamos. Se não possuímos a faculdade de o decidir por nós próprios aquando da nossa vida intra-uterina, de que forma poderemos nós decidir pelos outros. Se Deus chama à vida, como posso eu chamar à “não-existência”. Atribuo-me, a mim mesmo, o poder de Deus: decidir sobre os outros. Bem sei que isto não está contemplado em nenhuma lei. Mas pode e deve estar no meu coração. Na verdade, a nossa vida não se rege tanto por códigos legais, muito menos penais, mas sim pelo nosso coração. Pois é por ele que responde ao “chamamento” porque a VIDA É VOCAÇÃO.
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Em 1954 dá-se o que ficou conhecido como o “apelo de Inverno 1954”, particularmente frio e tendo vitimado pessoas “sem abrigo”. Através da Rádio, o Abbé Pierre apela à “insurreição da bondade” sensibilizando a população em geral e o poder político. Até ao final da sua vida não se calará perante todas as formas de injustiça social, percorrendo os cinco continentes, tornando-se uma consciência crítica da vida política e religiosa. Ele será a Voz dos sem voz. Repetia vezes sem fim: 


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