01 junho 2006

A PROPÓSITO DO MUNDIAL DE FUTEBOL...



E SE DEUS FOSSE SELECCIONADOR…

É ainda da lembrança de muitos a campanha do Euro 2004 em Portugal. Para além das bandeiras e cachecóis que engalanavam janelas, varandas e pescoços, existiam ainda os famosos autocolantes que muitos receberam em casa juntamente com uma carta do seleccionador nacional… a convocar o destinatário. A ideia até foi boa.
Na verdade, todos gostamos de ser nomeados, destacados, de fazer parte do lote, mais ou menos restrito, dos considerados “melhores”. É por isso que “idolatramos” os escolhidos. Por vezes, até os invejamos. No fundo de nós, escondemos esta ânsia de perfeição, de crescer, de subir, de chegar mais alto. Nem sempre seleccionamos as melhores metas, mas o desejo é o mesmo.
Na bíblia existe um termo para falar em escolhidos: “UNGIDO”. Assim, no Antigo Testamento, os profetas e os reis eram ungidos, isto é, escolhidos por Deus para desempenhar uma missão concreta, sempre em seu nome. Sobre eles era derramado óleo para os “marcar” e distinguir em relação aos demais. “Demarcados”dos outros, eram chamados a uma relação estreita com Deus.
Ainda hoje, na Igreja, se usa frequentemente a unção, nomeadamente nos sacramentos. Todos fomos ungidos no dia do nosso baptismo. Somos, dessa forma, escolhidos por Deus a pertencer à sua família, como filhos seus e, consequentemente, irmãos uns dos outros. Na Confirmação somos “confirmados” pela unção do Espírito Santo a testemunhar publicamente e sem complexos a pertença a Deus. No sacramento da Ordem, alguns são “escolhidos” por Deus a anunciar a sua Palavra e a tornar presente Cristo pela Eucaristia. Também os doentes são ungidos para que, perante o peso do sofrimento ou da debilidade física, sintam a força de Deus neles. Todo o ungido é escolha de Deus e imbuído de missão.
E qual é a nossa missão? Como herdeiros do Pai somos desafiados a dar continuidade à obra iniciada pelo “Primeiro Irmão”, Jesus Cristo. A sua obra é o Reino de Deus a anunciar, a construir, a projectar…

A NOSSA SELECÇÃO
O Reino de Deus é a nossa selecção. Para ela somos todos “convocados”. Tal como numa equipa, cada um tem uma função diferente em campo.
O terreno de jogo é, tão simplesmente, a nossa casa, a nossa escola, o nosso bairro, nossa rua e terra… Aí onde vivemos, lutamos, sofremos, rimos, esperamos e acreditamos.
O tempo de jogo é a nossa vida. Por vezes, por razões tácticas ou outras, Deus, o seleccionador, decide retirar-nos do jogo. Ou então chama-nos como armas secretas para os “últimos minutos”. É por isso que alguns têm mais tempo de jogo. Mas, frequentemente, os suplentes são mais decisivos. Importa saber que, enquanto estamos em campo, somos sempre importantes.
A nossa camisola é multicolor: branca pelo baptismo, luminosa pelo fogo do Espírito, verde de esperança, vermelha pelo testemunho, azul de profundidade…
A nossa táctica é defender a verdade, os direitos de todos e atacar todas as injustiças e formas de opressão.
O prémio de jogo é sentir que a nossa vida tem valor. A taça a conquistar é a salvação de todos.
Neste desafio não há adversários, antes irmãos a conhecer, a respeitar e a amar.
Fica fora de jogo quem não amar, pois ganhará quem mais e melhor amar.
A regra do “fair play” é “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Não existe limite de jogadores pois em Deus não existem nunca limites.
A bola é o nosso coração que não chutamos, mas passamos delicadamente de jogador em jogador até ultrapassar a linha de golo, aquela que nos conduz à eternidade.
A equipa técnica é constituída pelo seleccionador, Deus Pai e pelo massagista, Jesus que nos cura as feridas. Existe ainda o 12º jogador, o Espírito Santo que nos impele a nunca desistir mas, com a sua força, nos ajuda a alcançar a vitória.

Não te esqueças: ESTÁS CONVOCADO! Bom campeonato!

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